Como diria um famoso narrador "... bem amigos..."
Pois é, hoje o dia foi muito tranquilo, acordei por volta das 06:30 e rumei para POA, que estava a uns 400 Km, na saída já parei para mais um abastecimento e lubrifiquei mais uma vez a corrente da moto, que sem duvida foi a parte que mais sofreu na viagem. Parei mais uma vez para abastecer e boa, estava em cima da ponte do Guaíba, a sensação foi incrível, nunca fiquei tão feliz em ver a paisagem da ponte móvel do e de ver o espinheiro de prédios do centro de Porto Alegre.
Cheguei em casa e peguei o pessoal quase dormindo ainda, o cachorro levou uns 2 minutos para me reconhecer, mas depois quase não consegui controlar a fera, a outra “fera” estava mais linda do que nunca e não podia me receber de melhor forma.
Depois durante as conversar foram surgindo os assuntos que não fiquei sabendo durante a viagem, que agora não vem ao caso.
Bom em breve colocarei aqui algumas dicas da viagem e também o roteiro, mais fotos e uma planilha muito interessante de gastos, para quem acha que uma viagem dessas pode custar caro, embora pessoalmente ache que o que fizemos não tem preço, sem querer copiar propaganda de nenhum cartão de credito.
E assim termina o Projeto Andes, que se não chegou ao seu destino final que era Machu Pichu, serviu para mostrar todo o potencia de turismo que existe na America do Sul, pois posso dizer que o que vi indo a Patagônia e Terra do Fogo e agora ao Atacama e mais ao centro da America, me prova que não perdemos em beleza pra nada que possa haver em outros continentes, mas quando passar por lá, conto pra vocês se mudei de idéia.
Grande abraço e obrigado por acompanharem a minha viagem tão de perto.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Projeto Andes "O Retorno" - Jujuy/Santa Maria 1600 Km
É isso mesmo Galera, 1600 Km em um dia. Acho que este foi um dos motivos de demorar tanto para postar, ou talvez queria que a viagem tivesse continuado, porém o gosto de voltar também é muito bom, o que me faz ter vontade de partir de novo, para sentir o gosto do retorno e assim sucessivamente.
Mas vamos ao que interessa, a noite em Jujuy foi um horror, um calor infernal, hotel sem ar condicionado e nem ventilador, portanto mais uma noite de sono escasso. Acordei por volta de 4 da manhã e não conseguia mais dormir, resolvi arrumar as tralhas e partir, pois dormir não conseguiria mesmo.
A chuva tinha parado e não dava muito para saber como estava o tempo, pois ainda era noite quando deixei o hotel, por via das duvidas sai equipado com a capa de chuva.
Na saída da cidade nenhum problema, uma vez que já tinha passado por ali na ida. Já na estrada próximo ao trevo de Salta, um policial me parou, também não era pra menos, um maluco sozinho de moto em plena madrugada, mas era só para ter certeza do que estava acontecendo, conversei um pouco mostrei todos os documentos que me pediu e segui viagem. Chegando já no cruzamento com a rota 16 fiquei um pouco na dúvida e quase pego uma estrada errada na localidade de Rio Piedras, por sorte havia um caminhão parado na beira da rodovia e pude perguntar onde era o cruzamento e ele me disse que faltava uns 4 Km para o cruzamento com a 16.
Esta é outra coisa inimaginável no Brasil um caminhão dando informações a um motociclista a noite, aqui é impensável.
Segui um pouco mais e me mandei para a grande reta, Salta/Resistência, algo em torno de 600 Km.
Quando entrei na ruta 16, o dia estava prestes a clarear, e mais uma vez fui presenteado com um amanhecer lindo e o dia se mostrou bom, sem muitas nuvens no céu, o que com o passar das horas até que não seria má idéia. Com o passar do tempo a temperatura foi aumentando, mas minha vontade de chegar também aumentava na mesma proporção.
As paradas eram apenas para abastecer, moto e piloto, o piloto somente água e gatorade e tudo muito rápido. A travessia de Corrientes foi infernal, um calor sem igual, aliás, parecido com o do deserto entre Neuquem e Santa Rosa, na Argentina enfrentado no Projeto Rumo Sul.
Após Corrientes o tempo foi ficando escasso e mais precisava andar rápido, mas como disse antes o calor não ajudava e como tudo pode piorar um pouco, apareceu um vento contra que fez a media da XT cair abaixo de 20 Km/l, pela primeira vez na viagem. Mas à medida que as dificuldades aumentavam, aumentava também a euforia de estar próximo do Brasil.
Quase no trevo antes de Possadas, onde entraria definitivamente no rumo do Brasil, uma grande nuvem se formou sobre o lago de uma hidrelétrica que existe na região, neste momento eu até torcia por uma chuva. Mais uma vez ela me cercou, porém não veio, no final foi até melhor, pois a essas alturas meu pneu traseiro já estava no bagaço com mais de 16000 Km rodados.
Quando cheguei em Santo Tomé, resolvi procurar um pneu novo pra motoca, perguntei para um porção de gente e ninguém sabia me informar lojas de pneus para motos, percbi que estava perdendo tempo e rumei pra fronteira.
Passava das 18 horas quando finalmente cheguei na aduana argentina, mas finalmente estava “em casa”. Tramites normais, sem maiores problemas e finalmente entrei no Brasil, ao chegar na BR 285, me dirigi a PRF, onde fui muito bem recebido por um agente, que falhei ao não perguntar o nome, começou me indagando de ponde estava vindo e que devia estar muito bom embaixo daquela minha roupa toda preta e muito pesada. Respondi que estava querendo chegar em casa e me perguntou onde morava, respondi POA e ele me recomendou Sta. Maria, Caçapava e 290 até POA. Não perdi mais tempo e me mandei, nisso eram mais de 19 horas.
Rumei a Santiago, pelas minhas contas era o sol me abandonaria e foi exatamente o que aconteceu. A estrada neste trecho estava boa, porém em obra e sem sinalização em vários trechos. Na chegada em Santiago parei em um posto para abastecer e perguntei a um caminhoneiro que estava no posto vindo de Santa Maria e me disse que a estrada esta do mesmo jeito que até Santiago.
A noite já estava plena no horizonte e tive mais uma decisão muito difícil pra tomar, seguir ou ficar por ali, o interessante é que embora na estrada desde as 5 da manha, não estava com sono, somente um pouco cansado, resolvi tocar mais um pouco.
Quando estava na estrada em direção a Santa Maria, pude perceber, embora a escuridão, que a estrada é muito bonita, merece uma ida de dia, e percebi também alguns sinais, eu acredito nessas coisas, primeiro dois graxains se atravessaram na minha frente o que é um drama para qualquer motociclista, mas um pouco depois apareceu um ônibus me “empurrando”, dei sinal e deixei-o passar, depois foi só aproveitar meu “batedor” até Santa Maria.
Na chegada parei em um posto, mais um, e percebi que havia bastante gente no restaurante entrei para comprar água, mais uma também, e o cheiro da comida me venceu. Pedi uma ala minuta, e perguntei se tinha feijão, a resposta foi positiva, fui na moto dei uma lubrificada na corrente e em seguida a comida estava pronta, fiz uma refeição divina, mas quase não consegui comer o bife, só salada e o arroz e o feijão que estavam muito bons. Após isto ficou impossível chegar em Porto Alegre, pois chegaria lá por volta das 3 da manha, como tinha saído as 5, seriam 22 horas andando na motoca.
Ao sair do restaurante fui entrar na cidade para procurar um hotel e logo na entrada vi um motel e resolvi parar, a primeira coisa que perguntei foi como eram as garagens, pois não estava a fim de desmontar toda a carga da moto, e a garagem me atendia muito bem, pois o portão fechava por dentro. Entrei e aproveitei um relaxante banho na hidro, e quase peguei no sono ali mesmo, fui, finalmente, ter uma noite descente de sono, com ar condicionado e uma boa cama.
Assim foi o dia em que percorri minha maior distancia de moto até hoje, e digo que foi uma experiência muito legal, mas vai a dica, quando o cansaço realmente chegar o negocio é parar e descasar.
Abraço a todos.
Mas vamos ao que interessa, a noite em Jujuy foi um horror, um calor infernal, hotel sem ar condicionado e nem ventilador, portanto mais uma noite de sono escasso. Acordei por volta de 4 da manhã e não conseguia mais dormir, resolvi arrumar as tralhas e partir, pois dormir não conseguiria mesmo.
A chuva tinha parado e não dava muito para saber como estava o tempo, pois ainda era noite quando deixei o hotel, por via das duvidas sai equipado com a capa de chuva.
Na saída da cidade nenhum problema, uma vez que já tinha passado por ali na ida. Já na estrada próximo ao trevo de Salta, um policial me parou, também não era pra menos, um maluco sozinho de moto em plena madrugada, mas era só para ter certeza do que estava acontecendo, conversei um pouco mostrei todos os documentos que me pediu e segui viagem. Chegando já no cruzamento com a rota 16 fiquei um pouco na dúvida e quase pego uma estrada errada na localidade de Rio Piedras, por sorte havia um caminhão parado na beira da rodovia e pude perguntar onde era o cruzamento e ele me disse que faltava uns 4 Km para o cruzamento com a 16.
Esta é outra coisa inimaginável no Brasil um caminhão dando informações a um motociclista a noite, aqui é impensável.
Segui um pouco mais e me mandei para a grande reta, Salta/Resistência, algo em torno de 600 Km.
Quando entrei na ruta 16, o dia estava prestes a clarear, e mais uma vez fui presenteado com um amanhecer lindo e o dia se mostrou bom, sem muitas nuvens no céu, o que com o passar das horas até que não seria má idéia. Com o passar do tempo a temperatura foi aumentando, mas minha vontade de chegar também aumentava na mesma proporção.
As paradas eram apenas para abastecer, moto e piloto, o piloto somente água e gatorade e tudo muito rápido. A travessia de Corrientes foi infernal, um calor sem igual, aliás, parecido com o do deserto entre Neuquem e Santa Rosa, na Argentina enfrentado no Projeto Rumo Sul.
Após Corrientes o tempo foi ficando escasso e mais precisava andar rápido, mas como disse antes o calor não ajudava e como tudo pode piorar um pouco, apareceu um vento contra que fez a media da XT cair abaixo de 20 Km/l, pela primeira vez na viagem. Mas à medida que as dificuldades aumentavam, aumentava também a euforia de estar próximo do Brasil.
Quase no trevo antes de Possadas, onde entraria definitivamente no rumo do Brasil, uma grande nuvem se formou sobre o lago de uma hidrelétrica que existe na região, neste momento eu até torcia por uma chuva. Mais uma vez ela me cercou, porém não veio, no final foi até melhor, pois a essas alturas meu pneu traseiro já estava no bagaço com mais de 16000 Km rodados.
Quando cheguei em Santo Tomé, resolvi procurar um pneu novo pra motoca, perguntei para um porção de gente e ninguém sabia me informar lojas de pneus para motos, percbi que estava perdendo tempo e rumei pra fronteira.
Passava das 18 horas quando finalmente cheguei na aduana argentina, mas finalmente estava “em casa”. Tramites normais, sem maiores problemas e finalmente entrei no Brasil, ao chegar na BR 285, me dirigi a PRF, onde fui muito bem recebido por um agente, que falhei ao não perguntar o nome, começou me indagando de ponde estava vindo e que devia estar muito bom embaixo daquela minha roupa toda preta e muito pesada. Respondi que estava querendo chegar em casa e me perguntou onde morava, respondi POA e ele me recomendou Sta. Maria, Caçapava e 290 até POA. Não perdi mais tempo e me mandei, nisso eram mais de 19 horas.
Rumei a Santiago, pelas minhas contas era o sol me abandonaria e foi exatamente o que aconteceu. A estrada neste trecho estava boa, porém em obra e sem sinalização em vários trechos. Na chegada em Santiago parei em um posto para abastecer e perguntei a um caminhoneiro que estava no posto vindo de Santa Maria e me disse que a estrada esta do mesmo jeito que até Santiago.
A noite já estava plena no horizonte e tive mais uma decisão muito difícil pra tomar, seguir ou ficar por ali, o interessante é que embora na estrada desde as 5 da manha, não estava com sono, somente um pouco cansado, resolvi tocar mais um pouco.
Quando estava na estrada em direção a Santa Maria, pude perceber, embora a escuridão, que a estrada é muito bonita, merece uma ida de dia, e percebi também alguns sinais, eu acredito nessas coisas, primeiro dois graxains se atravessaram na minha frente o que é um drama para qualquer motociclista, mas um pouco depois apareceu um ônibus me “empurrando”, dei sinal e deixei-o passar, depois foi só aproveitar meu “batedor” até Santa Maria.
Na chegada parei em um posto, mais um, e percebi que havia bastante gente no restaurante entrei para comprar água, mais uma também, e o cheiro da comida me venceu. Pedi uma ala minuta, e perguntei se tinha feijão, a resposta foi positiva, fui na moto dei uma lubrificada na corrente e em seguida a comida estava pronta, fiz uma refeição divina, mas quase não consegui comer o bife, só salada e o arroz e o feijão que estavam muito bons. Após isto ficou impossível chegar em Porto Alegre, pois chegaria lá por volta das 3 da manha, como tinha saído as 5, seriam 22 horas andando na motoca.
Ao sair do restaurante fui entrar na cidade para procurar um hotel e logo na entrada vi um motel e resolvi parar, a primeira coisa que perguntei foi como eram as garagens, pois não estava a fim de desmontar toda a carga da moto, e a garagem me atendia muito bem, pois o portão fechava por dentro. Entrei e aproveitei um relaxante banho na hidro, e quase peguei no sono ali mesmo, fui, finalmente, ter uma noite descente de sono, com ar condicionado e uma boa cama.
Assim foi o dia em que percorri minha maior distancia de moto até hoje, e digo que foi uma experiência muito legal, mas vai a dica, quando o cansaço realmente chegar o negocio é parar e descasar.
Abraço a todos.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
14º Dia - Hora de descer o morro, vamo que vamo!
Amigo da estrada, argentino esta descendo desde a California até Buenos Aires
Palca em la Quiaca, Ushuaia logo ali...
Amanhacer no altiplano boliviano, flamingos e lhamas, imagem incrivel
Hoje o dia começou muito cedo, pois como estou sozinho e tendo ouvido vários comentários sobre as estradas da região, resolvi fazer um caminho mais longo, porem com mais recursos em caso de alguma necessidade, pois são estradas que estão em obras, assim sendo o movimento dos próprios carros e caminhões da obra é intenso. Isso me acarretaria em um aumento de algo em torno de uns 300 km na viagem, porém por segurança isto se torna até pouco, sem contar que esta estrada mais curta, todos me desanimaram, dizendo que não há nenhum tipo de manutenção nela e como estamos na época de chuva, está terrível.
Dormi cedo e fiquei pensando no que fazer e quase não consegui pegar no sono, eram breves cochilos e logo acordava, o que me fez sair ainda escuro de Uyuni.
Na verdade foi incrível, pois pude ver o sol nascendo entre as montanhas da cordilheira o que se tornou um atrativo a mais na viagem. No caminho era possível avistar o pessoal recém indo levar seus rebanhos de Lhama para o pasto e quase não peguei movimento na estrada até Potosi, pois era realmente muito cedo.
Ao longo do caminho outras belezas foram aparecendo, como um lago repleto de flamingos.
Como não tinha havido chuva nos dois últimos dias a estrada estava bem melhor que na ida e portando o tempo de viagem ate Potosi diminuiu em quase 1 hora, que foi gasta depois no trecho até Tupiza.
Chegando em Potosi, novamente precisei de ajuda para saber onde era o caminho para Tupiza, e mais uma vez comprovei que na Bolívia além de não haver quase nenhuma placa de sinalização, quase nenhuma mesmo, as pessoas também não conhecem muito as coisas por lá, porque se tu pedir uma mesmo informação para duas pessoas para o mesmo caminho numa mesma quadra é possível, e aconteceu, que uma te mande seguir em frente e a outra voltar, coisa pra deixar qualquer um em parafuso, porém a sorte mais uma vez me acompanhou e em minutos estava na ruta em direção a Tupiza.
A estrada estava muito boa até uns 40 km depois de Potosi, porém depois, eram um horror, aqueles mesmos problemas de obra, desvio pra lá e pra cá, uma poeira só, sem contar as Lhamas, cabras e buracos ao longo do caminho, assim como os dezenas de caminhões da obra.
Cheguei em Tupiza, por volta das 17 horas (Brasília) e ainda tinha mais uns 150 km até Villazon e duas aduanas antes de conseguir entrar na Argentina.
Chegando em Villazon, o susto, pois deviam haver umas 100 pessoas na fila da Aduana, o que de certa forma me desanimou um pouco, porém não havia o que fazer, tive de enfrentar mais esta.
Aquela aduana é muito diferente das que conhecemos na fronteira com os “hermanos”, pois ali esta todo o tipo de gente querendo entrar na Argentina, gente que realmente esta indo passear, mas também muita gente querendo fugir da Bolívia em busca de trabalho no pais vizinho o que era fortemente rechaçado, pelos policias da fronteira, era comum ver os guardas pedindo para ver o dinheiro das pessoas, para ver se realmente tinham condições de se manter e revistavam tudo, simplesmente tudo atrás de drogas, pois aquela é uma grande porta de entrada destas substancias.
Como fiquei muito tempo na fila pude inclusive trocar algumas palavras com os guardas, que com brasileiros tem um tom muito diferente, bem mais amigável, conheci até um argentino gremista, pode?! Não perdi a oportunidade de dizer quanto tinha sido o último GRE-NAL, pudemos dar algumas risadas conversando.
Quando finalmente chegou minha vez na imigração, tudo certo, segui depois para a fila da aduana, fiquei uns 10 minutos parado na fila até que um agente da aduana aparece gritando, quem é o dono da motocicleta? De pronto respondi que era eu, e ele me disse que estava me procurando, porque minha fila era outra, agradei muito, pois a fila nova era bem menor.
Na aduana o pessoal muito gentil, todos conheciam o Brasil, Torres, Florianópolis, mais um bom papo com os vizinhos e tudo certo. Ao menos eu achava. Quando fui para moto o mesmo agente que me tirou da fila, chegou do lado da moto e me mandou desfazer toda a carga, tive que me conter pra não demonstrar toda minha indignação, pois não havia nada demais na carga, somente alguns presentes, poucos devido ao espaço, roupas sujas e peças da motoca, abri um dos baús laterais e disse a ele que nos outros eram basicamente a mesma coisas. O agente desapareceu e quando voltou apareceu com um cão farejador, que queria muito mais festa comigo e cheirara um carro que estava parado que a minha carga. Ainda bem que não me cheirou muito, já que nos bolsos tinha algumas folhas de coca e uns saquinhos de chá também.
Sai de La Quiaca e tinha planos de dormir em Salta, porem ficou muito tarde para isto e resolvi que se chegasse ate jujuy já estaria muito bom.
Passei por Tilcara a noite estava chegando e ainda estava a uns 150 Km de Jujuy, mas como tinha uma leve possibilidade de chegar em casa já na sexta, andei mais um pouco, mas quase me arrependo. Ao sair de Tilcara, observei que o tempo estava mudando e uma forte chuva estava a minha frente, porem cheguei ate Jujuy sem maiores problemas, mas a cidade estava um caos, lama por todo lado, pedras que rolaram dos morros no asfalto, água e água nas ruas, um horror.
Como tínhamos dormido ali na ida, fui ate o centro e me achei sem problemas. Fui ao banco e tirei mais uma graninha pra garantir e ao chegar no hotel que tínhamos ficado na ida a surpresa, não tinha vaga, mas me indicou um outro, mais perto da saída da cidade, fui até lá e consegui vaga, e ainda deixar a moto no hall sem nem ao menos precisar descarregar, já que na verdade havia inclusive outra moto no hall do hotel. Tratavasse de um argentino, chamado Sebastian, que estava vindo desde a Califórnia, porem tinha sofrido uma queda e estava inclusive com o braço imobilizado. Batemos um papo rápido e fui dormir, pois a noite anterior não tinha me favorecido o sono.
Acontece que este hotel era em uma grande avenida e meu quarto era de frente, mais uma noite mal dormida.
Então só para constar hoje foram 820 km rodados, sendo uns 350 de chão brabo e duas aduanas.
Novamente acabei saindo mais cedo do que imaginava, algo em torno de 5 horas da manha no Brasil. A parte boa, foi novamente ver o sol nascer, desta vez no Chaco argentino e me acompanhou até o Brasil, onde se pos por volta da 21 horas, já em Santiago, próximo a Santa Maria.
Mas isto é outro relato,
Abraço a todos
13º Dia - Passeio no salar em Uyuni
Tudo parece perto, mas está a quilometros
Sal, muito parecido com o nosso sal grosso do churrasco
Fazendo uma boquinha
Pegando a montanha
nosso veiculo, era só o que existia por lá
Fiquei devendo o final da viagem em fotos e relatos, portanto vou contar agora os últimos dias da viagem.
Hoje 13º dia foi o dia reservado para uma das partes mais interessantes da viagem, ao menos para mim. Foi o dia de conhecer o gigantesco salar de Uyuni, mesmo estando o salar cheio de água permitindo que eu chegasse somente em um cantinho dele, pude ter a idéia do que é o todo deste imenso mar de sal.
No dia anterior tinha contratado o passeio em uma agencia ao lado do hotel e ficou marcada a partida para as 10 da manhã, como estou no fuso do Brasil ainda, acabo sempre acordando cedo, pois sempre durmo cedo. Aproveitei o tempo de manhã e fui ao comercio local, ver se encontrava algumas coisas pra motoca, como um parafuso para o protetor da corrente e óleo para lubrificação. Encontrei tudo o que procurava e fui para a agencia.
Na chegada vi que o pessoal estava meio perdido, pois me perguntaram se o meu passeio era de 1 ou de 3 dias, se falasse 3 poderia tranquilamente ficar 3 dias dentro do salar, mas esta não era minha intenção.
Saímos por volta das 11 da manha, em uma Toyota Land Cruiser, 6 cilindros, alias todas as agencias usam esses veículos, também com a gasolina a R$ 1,00 aproximadamente até eu teria um carro desses.
Era impressionante ver o numero de camionetes que partia em direção ao salar, tranqüilamente mais de 40, com 7 passageiros mais o motorista, são algo em torno de 300 pessoas, por dia, pois este passeio é diário.
Na chegada ao salar tudo impressiona, pois a imagem é deslumbrante, as coisas que se vêem como montanhas, ou mesmo os outros carros, parecem estar próximas, mas nada que o olho alcance está a menos de 10, 20 km, somos facilmente enganados, pelo sal.
Como disse antes o salar esta com muita água o que nos fez ter de ficar somente em um pedaço dele, aos que conhecem a Lagoa dos Patos e Tapes, posso dizer que estive no pedalo que seria a parte da Baia (saco) de Tapes e que não pude ir ate a parte grande.
Na minha van estavam mãos um japonês, três argentinos e dois franceses, franceses alias, havia um grupo de uns 20 de uma galera mais veterana, mas muito animada. Na verdade havia ali gente d todo o mundo.
Ficamos ali até umas 4 da tarde, porém por volta da 1 foi servido o almoço que estava contratado junto com o passeio, almoço muito bom, salada, arroz e milaneza de frango acompanhado de refrigerante. Um bom almoço coisa que não tinha há dias.
Passamos a tarde ali e eu não me cansava de olhar para o infinito daquele oceano de sal, mas era chegada à hora de ir embora.
Chegando à cidade fui até uma oficina dar uma ajustada na corrente da moto que cedeu um pouco na vinda. Achei uma oficina e fui muito atendido pelo Alfredo, que ainda me deu um pouco de óleo especifico para corrente. Deixei a motoca pronta para o desafio do dia seguinte, que pelo meu plano, começaria muito cedo.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
12º Dia Tolar Uyuni 700km sendo 160 terra da braba!
Eita nóis, vamo que vamo....
Nao bastasse só os rios e lodo tem o transito de pedestres
Resultado da brincadeira
Foto da organizaÇao no quarto, solo "solo" tem vantagens...hehehe
Neste dia madruguei, sai antes mesmo do restaurante do hotel abrir, portanto sem café, sai inclusive antes do sol, que levou uma meia hora para me alcançar.
Quando foi clareando, percebi novas nuvens de chuva, o que é comum nesta região por estes dias, ainda assim tive, outra vez, muita sorte, pois só vi seus estragos novamente.
Ao passar por Oruru, fiquei novamente lameado, pois a água simplesmente não escorre pra lado nenhum, em Oruru também, precisava abastecer, parei no posto e mandei encher o tanque. O rapaz encheu e em seguida já encheu outro, eu estava com quase 280 Km rodados, portanto sabia mais ou menos quantos litros, só que quando perguntei quanto era o frentista me falou 64 bolivianos, sem titubear, pra azar dele, o abastecimento seguinte ao meu deu 50 boliviano e 13 litros, respondi a ele que não podia ser 64, porque no tanque da moto só cabem 15, o cara se perdeu todo, mostrei os 50 na bomba pra ele em ele então me disse a não, 54, paguei mesmo achando que tinha dado menos. É bom estar sempre atento.
Parti em direção a Potosi, uma estrada, como a maioria deserta, ao chegar em Challapata, arrisquei um pouco, pois eu já tinha rodado uns 130 Km e ainda faltavam 200 até Potosi, mas o problema é que a fila estava com mais ou menos uns 40 carros, tratores, caminhões, etc. na verdade confiei na média que venho fazendo e nos 4 litros que levo de reserva, pois não sou burro.
Cheguei em Potosi, se3m precisar uma a gasolina reserva e com um litro e pouco no tanque, está econômica demais a motoca.
Parti para Uyuni, sabia que a estrada era ruim, mas quando o frentista do posto me falou em 5 horas, fiquei preocupado. O que ocorre é que estão asfaltando a estrada e como a estação é de chuva, imaginem o resultado, tem umas fotos pra mostrar e na volta espero tirar mais.
Não levei as 5 horas, levei 4, mas tive que recordar momentos de trilheiro, a XT e eu, chegamos com barro até no capacete, uma beleza, a corrente da moto ficou frouxa, o protetor da corrente perdeu um parafuso e trincou, mas no geral saímos ilesos.
Cheguei e fui procurar hotel, uma missão dificílima aqui por estas épocas, acabei conseguindo um cama e coberta com banheiro compartilhado, mas pude guardar a moto no pátio, é quem mais tem que estar bem. Ahh, o preço, numa conversão rápida 12 reais.
Fui ainda contratar um passeio no salar, pois está muito cheio de água e não poderia entrar de moto. Após contratar o passeio fui dar noticias ao povo e fazer minha primeira e única refeição do dia, massa a carbonara.
Depois disto só restava dormir e descansar, pois no hotel o quarto só possui a cama e uma mesinha.
Amanha posto fotos e fatos do Salar de Uyuni agora to pregado!
Abraços
11º Dia a tarde PunoTolar e duas aduanas La Paz
Meio de transporte mais usado em Puno
Pensei em ir assim mas acho que nao chegaria no sabado
Ate logo, pra galera, foi dificil!
O que me aguardava em La Paz
Comecei meu retorno já estava no inicio da tarde, e queria chegar ao hotel onde dormimos domingo, uns 320 km e duas aduanas de onde estava, portanto não podia perder tempo.
Ao sair de Puno, percebi pelo retrovisor que o Titicaca estava coberto com uma nuvem enorme e negra o que prenunciava um mau sinal, passei a olhar para frente e andei o mais rápido e seguro que podia, o vento estava a meu favor e a motoca andava como se estivesse parada.
Cheguei em Desaguadeiro, fronteira Peru/Bolívia e para minha surpresa todos os tramites foram razoavelmente rápidos, ou seja depois de 1 hora estava novamente na estrada.
Consegui inclusive dar uma ganhada na policia boliviana, o que é difícil, depois que fiz a imigração, que sempre é rápida, fui para a aduana, que é o rolo do veículo, no meio do caminho o policial me parou e disse que fosse na aduana e depois na policia,até sabia porque. Porém ao chegar na aduana o fiscal me disse que não tinha sistema e teria que ir até o povoado, ao que peguei a moto e fui, sem nem dar satisfação para a policia.
Chegando na aduana, povoado, me deixaram esperando, uns 20 minutos, normal, depois me atendeu e foi super educado e cordial, tudo que pagamos em Tambo Quemado, foi feito grátis ali, a tal memorização, as copias, tudo.
Sai da aduana e, obviamente, fui parado pelos policias que ficam depois do povoado, os mesmos que nos cobraram na vinda antes dos policiais da fronteira, porém ao chegar dei o mesmo golpe, disse que tinha pago registro na fronteira e não pagaria de novo, nem anotou nada desta vez e me mandou seguir, o que fiz prontamente.
Quase chegando a La Paz, havia uma nuvem, talvez mais assustadora que a de Puno, porém ela foi me arrodiando e só o que peguei dela foram alguns pingos, muito mais por sorte que por juízo.
Ao passar por La Paz, no horário de pico, por volta das 18:30, vi que o transito ali é sempre complicado, é um tal de buzina pra cá e pra lá, resultado, entrei no clima e não levei nem meia hora para estar na ruta em direção a Oruru. A chuva me deu apenas uma leve molhada, mas o que pegou foi o respingo dos outro carros, ficamos imundos eu e a motoca, porem, ao anoitecer estávamos no hotel em segurança, onde jantei, tomei um bom banho e fui descansar, pois no outro dia queria sair muito cedo.
11º Dia manha Titicaca
Se a canoa nao vira ole, ole, ola....
Dentro da taba
Provando a Totora
Chegada no "condominio"
Hoje pela manhã fomos as Ilhas Flutuantes do Urus, são um povo que vive no Titicaca em ilhas feitas de totora, uma espécie de junco, só ali, praticamente tudo é deste material, o piso, as casas, os barcos e até se come esta planta aquática que nasce nos locais mais rasos do Titicaca. É muito interessante ver a tr4ansformação deste povo, pois embora ainda vivam como anos atrás, se percebe o ar de teatro 1que ganhou tudo aquilo.
Cobra-se para acessar as ilhas, contam como caçam, pescam, porém fica difícil imaginar de onde arranjam tempo para isso, pois o turismo tem ocupado muito seu tempo e dado uma boa fonte de renda, pois vendem muito artesanato também.
A saída foi tranqüila o barco, ainda que lotado, era bastante confiável. Nos acomodamos e partimos, a viagem dura em média 25 minutos que passam muito rápido, pois o visual é de encher os olhos. Na chegada, não sei ao certo como funciona, se cada agencia vai em uma ilha pré-definida ou se escolhe na hora o certo é que enquanto o barco vai passando o pessoal de cada ilha fica chamando o barco para que ancora na sua ilha.
Na chegada a recepção é muito boa, as mulheres, todas com roupas típicas nos recebem com um cordial “como vai?” em Aymar, que é sua língua nativa, ao que se responde tudo bem, na mesma língua, porém não me lembro de nenhum dos termos.
Após a explanação do guia sobre os costumes e tudo, é opcional um passeio em barco de totora, que na verdade é curto, sai da ilha onde se está e vai até uma ilha tipo, “praça de alimentação” onde pode-se comer e beber o que se encontraria em terra firme.
É um passeio muito interessante, no meu caso, muito mai pelo lago que desde a infância me fascina.
Ao retornarmos, dei uma noticia ao povo, que estaria descendo o morro, para tentar chegar sábado ao Brasil, pois tenho compromissos por lá. Como não poderemos mais ir a Machu Pichu, para mim só restava Uyuni, do projeto, juntei minhas tralhas e me mandei sem dar muito assunto ou olhar nos olhos de ninguém pois não sei se resistiria as lágrimas.
Ainda tive ajuda do pessoal para carregara motoca e partir, com o conhecimento que tenho de cabeça, pois os mapas e tudo ficaram com o povo do norte (família andina), tenho uma arma secreta que são alguns mapas e relatos que o Silvio me deu e que estão no micro, então memorizo a noite o que farei no outro dia, também não sou tão louco assim.
E assim parti para a etapa final do Projeto Andes 2010.
Abraço
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